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5 sinais claros de que a sua empresa está a desperdiçar energia (e dinheiro)

Written by Nextbitt | 18/dez/2025 16:46:48

As suas instalações estão a funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana, consumindo eletricidade constantemente. Mas alguém sabe se esse consumo é necessário - ou um desperdício?

A maioria das organizações não consegue responder a esta pergunta. Sem visibilidade da energia em tempo real, as ineficiências escondem-se à vista de todos: equipamento a funcionar durante as horas de encerramento, sistemas climáticos mal controlados, infra-estruturas envelhecidas que se degradam sem serem detectadas. O resultado: 10-30% dos orçamentos de energia das instalações representam puro desperdício - dinheiro a sair da empresa sem qualquer benefício operacional.

Este guia identifica cinco sinais de aviso claros de que a sua organização está a desperdiçar energia. Se as suas instalações apresentarem estes padrões, é provável que esteja a desperdiçar entre 5.000 e 50.000 euros por ano, dependendo da dimensão da sua operação.

Sinal n.º 1: As suas instalações consomem uma quantidade significativa de energia fora do horário de expediente

O sinal de aviso:O consumo de energia não diminui significativamente quando as suas instalações fecham.

A realidade:

No estudo de caso do Miguel Neto - Consultor EAM da Nextbitt - de um banco português, uma instalação típica apresenta este padrão:

  • Horário de expediente (8 AM-6 PM): consumo de 5-6 kWh ✓ Carga operacional legítima

  • Fora do horário de expediente (6 PM-8 AM): consumo de 1-2 kWh. Deve ser de 0,2-0,5 kWh no máximo

A linha de base de 1-2 kWh representa a carga residual: sistemas de segurança, iluminação de emergência, arrefecimento da sala do servidor, AVAC mínimo para preservar a integridade da instalação. Alguma carga residual é necessária e inevitável.

Mas a carga residual da maioria das organizações é 3-5 vezes superior à necessária - o que indica que:

  1. Sistemas AVAC a funcionar desnecessariamente: O controlo climático deve ser reduzido ao mínimo após o expediente

  2. Iluminação acesa: A iluminação de segurança e de emergência é necessária; a iluminação geral não é

  3. Equipamento informático em modo de espera: Servidores , estações de trabalho, impressoras a funcionar em modo de suspensão em vez de desligadas

  4. Funcionamento do equipamento 24 horas por dia, 7 dias por semana: Refrigeração , compressores ou outros sistemas a funcionar continuamente, apesar da necessidade intermitente

Impacto financeiro:

Desperdício fora de horas numa instalação: 394 euros/ano (assumindo 1 kWh de consumo desnecessário × 8 horas fora de horas × 365 dias × 0,12 euros/kWh)

Numa organização com 50 locais: 19 700 euros/ano em resíduos evitáveis

Numa organização com 100 locais: 39 400 euros/ano em resíduos evitáveis

A solução:
Implementar controlos baseados no tempo para o AVAC e a iluminação. Programar os sistemas de climatização para manterem apenas as temperaturas mínimas de segurança. Utilizar sensores de movimento para a iluminação sempre que possível. Desligar completamente o equipamento em vez de o deixar em modo de espera. Resultado: Redução de 30-50% no consumo fora das horas de expediente, sem interrupções operacionais.

Sinal #2: O seu consumo aumenta inesperadamente, sem uma razão operacional clara

O sinal de alerta: O consumo de energia mês a mês varia significativamente, apesar dos padrões operacionais consistentes.

A realidade:

O consumo deve seguir padrões previsíveis: dias úteis mais altos do que fins-de-semana, verão mais alto do que inverno (devido à refrigeração), feriados mais baixos do que dias úteis. Um desvio significativo destes padrões é sinal de problemas.

Exemplo Real do Caso de Estudo do Miguel Neto:

Agência de Vila Verde (uma das cinco agências estudadas):

  • Consumo diário previsto (com base em instalações congéneres): ~4,5 kWh

  • Consumo diário real: ~5,13 kWh em média

  • Pico inexplicável: +14% acima do valor de referência

A investigação revelou:

  • Termóstato do sistema AVAC regulado continuamente para 22°C (em vez de ajuste sazonal)

  • Degradação da envolvente do edifício (má vedação, janelas envelhecidas)

  • Equipamento a funcionar em modo de reserva desnecessariamente

Porque é que isto é importante:

Os picos inesperados não são aleatórios. Eles indicam:

  1. Mau funcionamento do equipamento (compressores, motores a funcionar de forma ineficiente)

  2. Falha do sistema de controlo (temporizadores que não funcionam, termóstatos mal calibrados)

  3. Alteração do comportamento dos ocupantes (deixar os sistemas ligados desnecessariamente)

  4. Má gestão da transição sazonal (não ajustar os controlos para o verão/inverno)

Impacto financeiro:

O excesso de +14% de Vila Verde = 2 500 euros de custo anual adicional num local

Em várias localizações, isto representa despesas ocultas significativas.

A solução:
Estabelecer linhas de base de consumo por local e estação. Definir limites de alerta: se o consumo mensal exceder a linha de base em >5%, acionar a investigação. A análise da causa raiz revela frequentemente soluções simples (ajuste do termóstato, manutenção do equipamento, reparação do sistema de controlo). A manutenção preventiva pode recuperar 5-10% dos excessos inesperados.

Sinal #3: Não tem dados históricos de energia ou não pode comparar instalações

O sinal de aviso: As facturas de energia chegam mensalmente, mas faltam registos de consumo granular e não é possível comparar instalações.

A realidade:

Sem dados históricos, está a gerir às cegas. Pense na informação que está a faltar:

  • Padrões de consumo por hora (quando é que o consumo atinge o pico?)

  • Sensibilidade à temperatura (quanto é que o arrefecimento aumenta os custos?)

  • Comparações de instalações (que locais são eficientes e quais são ineficientes?)

  • Análise de tendências (o consumo está a melhorar ou a piorar de mês para mês?)

  • Previsão (qual será a fatura do próximo mês?)

Porque é que isto é importante:

Os dados históricos permitem três funções empresariais críticas:

  1. Otimização da aquisição de energia: As empresas de serviços públicos oferecem tarifas com desconto aos clientes que conseguem prever a procura com precisão. Sem dados históricos, não é possível competir por contratos favoráveis. As organizações com previsões exactas obtêm descontos de 10-15% nas tarifas; as que não o fazem pagam a tarifa total.

  2. Manutenção Preditiva: A degradação do equipamento mostra-se nos padrões de consumo antes de falhar. Um compressor que perde eficiência não falha subitamente; consome cada vez mais eletricidade ao longo de semanas ou meses. Os dados históricos revelam este padrão, permitindo a reparação antes de uma falha catastrófica.

  3. Melhoria orientada para o benchmark: Não se pode melhorar o que não se mede. Identificar as suas instalações com melhor desempenho (benchmark) e replicar as suas práticas operacionais em locais com desempenho inferior é o caminho mais rápido para a eficiência de toda a organização.

Impacto financeiro:

O estudo de caso de Miguel Neto mostra que 31.818 euros (85% da poupança total) foram conseguidos através da estratégia de leilão de energia - só possível porque os dados históricos de consumo permitiram uma previsão exacta.

Sem esses dados, a oportunidade de poupança de 31.818 euros não foi aproveitada.

A solução:
Instalar sensores em todos os locais para captar dados de consumo de hora a hora. Armazenar os dados centralmente para análise longitudinal. Criar relatórios automatizados: comparações mensais de cada instalação com as dos seus pares e com a sua própria média histórica. Dentro de 3-6 meses, os padrões emergem, as oportunidades aparecem e os objectivos de melhoria tornam-se óbvios.

Sinal #4: Não consegue explicar as diferenças de consumo de energia entre instalações semelhantes

O Sinal de Alerta: Instalações idênticas (mesma dimensão, mesmo objetivo, mesma localização climática) têm custos de energia extremamente diferentes.

A realidade:

No estudo de caso do banco português Miguel Neto, foram analisadas cinco agências. Todas são agências bancárias: mesma função operacional, dimensões de edifício semelhantes, mesmo tipo de equipamento.

Diferenças reais de consumo:

Balcão Consumo/Empregado Eficiência vs Melhor Desempenho
Praça do Chile 0,239 kWh BENCHMARK (melhor)
Lumiar 0,370 kWh +55% vs benchmark
Amadora 0,316 kWh +32% vs benchmark
Portimão 0,360 kWh +51% vs benchmark
Vila Verde 0,513 kWh +114% vs benchmark (pior)

Vila Verde consome mais 114% de energia por funcionário do que a Praça do Chile.

Não se trata de uma diferença de 5-10% (que pode ser explicada pela idade das instalações ou pelo clima). Uma diferença de 114% indica falhas operacionais ou de manutenção fundamentais.

O que isto lhe diz:

  • A Praça do Chile tem uma excelência operacional superior: os controlos funcionam corretamente, o pessoal segue as melhores práticas, o equipamento está bem conservado

  • Vila Verde tem problemas sistémicos: talvez o AVAC esteja a funcionar continuamente, a iluminação não está a ser gerida ou o equipamento está degradado

Porque é que é importante:

Se todas as suas instalações funcionassem com a eficiência do seu melhor desempenho, reduziria o consumo de toda a organização em 20-30%. Isto não é teórico. É a diferença de eficiência que os seus melhores desempenhos já demonstram.

Impacto financeiro:

Numa organização com 50 locais:

  • Consumo médio: 4 kWh/funcionário

  • Melhor desempenho: 2,5 kWh/funcionário

  • Redução do consumo se todos os resultados fossem os melhores: 37.5%

  • Poupança de custos: 15 000 a 50 000 euros por ano (dependendo dos preços da energia e do número de instalações)

A solução:
Comparar todas as instalações com o seu melhor desempenho. Para locais com baixo desempenho, efetuar uma análise da causa raiz: Os controlos estão mal configurados? O equipamento está a envelhecer? O pessoal não está a seguir os procedimentos? Replicar as práticas de melhor desempenho: as mesmas definições de controlo, o mesmo calendário de manutenção, a mesma formação do pessoal. A maioria das organizações consegue uma redução de 10-15% do consumo em toda a organização desta forma, com um investimento de capital zero.

Sinal #5: Não consegue demonstrar progresso em relação aos objectivos ESG ou de sustentabilidade

O Sinal de Alerta: A sua organização comprometeu-se com objectivos ESG ou de redução de carbono, mas não consegue quantificar o progresso energético ou explicar como vai atingir os objectivos.

A realidade:

Cada vez mais, as organizações enfrentam requisitos regulamentares (CSRD na UE, divulgação climática SEC nos EUA) e pressão dos investidores para divulgarem o consumo de energia e as emissões de carbono. Mais importante ainda, os parceiros da cadeia de fornecimento exigem cada vez mais que os seus fornecedores demonstrem eficiência energética.

Se não conseguir medir o seu consumo:

  • Não pode estabelecer objectivos de redução credíveis

  • Não pode acompanhar o progresso em direção aos compromissos climáticos

  • Não pode fornecer dados aos reguladores ou parceiros

  • Não pode identificar quais as medidas de eficiência que produziram resultados efectivos

Porque é que é importante:

O desempenho ESG afecta diretamente:

  1. Acesso ao capital: Os investidores estão cada vez mais atentos à eficiência energética; o fraco desempenho ESG aumenta o custo da dívida

  2. Requisitos dos clientes/parceiros: As grandes empresas exigem atualmente a sustentabilidade dos fornecedores

  3. Conformidade regulamentar: os requisitos de eficiência energética estão a tornar-se obrigatórios e não voluntários

  4. Atração de trabalhadores: Os talentos dão cada vez mais prioridade a trabalhar para empresas que demonstrem responsabilidade ambiental

Impacto financeiro:

Organizações com desempenho ESG documentado:

  • Acesso a capital a um custo 50-100 pontos base mais baixo

  • Ganhar contratos de clientes focados em ESG

  • Retêm os melhores talentos (melhorando os custos de recrutamento e a produtividade)

  • Construir a reputação da marca, reduzindo o custo de aquisição de clientes

Organizações sem eficiência energética documentada:

  • Perdem oportunidades de mercado

  • Enfrentam sanções regulamentares (em algumas jurisdições)

  • Enfrentam dificuldades no recrutamento de talentos

  • Enfrentam o escrutínio dos investidores

A solução:
Implementar a monitorização da energia para estabelecer o consumo de referência e as emissões de carbono. Estabelecer objectivos de redução (normalmente 5-10% anualmente, ou 50% até 2030). Acompanhar o progresso mensalmente. Apresentar relatórios trimestrais à direção e anuais às partes interessadas. Quando os dados estiverem disponíveis, identificar e implementar medidas de eficiência. Acompanhar quais as medidas que permitiram uma redução efectiva do consumo. Isto cria um progresso ESG credível e auditável - a base para a confiança das partes interessadas e para a vantagem competitiva.

As suas instalações estão a mostrar estes sinais?

Se a sua organização apresenta um destes sinais de aviso, está a deixar dinheiro na mesa. O desperdício de energia está a acontecer neste preciso momento, todos os dias, drenando a rentabilidade.

A investigação de Miguel Neto, documentada no seu estudo de caso, demonstrou que é possível obter 31 800 euros de poupanças anuais com:

  • Investimento de 180.000 euros

  • 5,7 anos de retorno do investimento

  • 17,7% ROI no primeiro ano

  • Nenhuma perturbação operacional

Estes resultados podem ser reproduzidos. A sua organização tem a mesma oportunidade.

Descarregue a tese completa de Miguel Neto para conhecer toda a investigação e metodologia.