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Os ativos físicos das empresas - como edifícios e todos os equipamentos neles instalados (incluindo manutenção de frotas) - estão associados a contratos que "geram milhões", representando "custos transversais" que podem chegar até 40% do total dos custos de uma organização. Uma gestão profissional desses ativos pode, por isso, significar otimização de processos, controlo de custos, ganhos de produtividade e melhores resultados. Esta é a ideia que Miguel Salgueiro, founder partner e chief business officer da NextBITT, relata ao Dinheiro Vivo, indicando que maior eficácia na gestão de ativos físicos leva à redução da pegada carbónica e, assim, a maiores ganhos de sustentabilidade para as empresas.
A NextBITT é uma tecnológica portuguesa especialista em gestão e otimização de ativos físicos, que atua nas áreas de asset management, facility management, field service, Internet das Coisas e sustentabilidade. Os três primeiros pilares representam as áreas de foco da empresa, enquanto o quarto pilar é uma consequência do potencial da plataforma de gestão desenvolvida pela NextBITT. Já o pilar da sustentabilidade é o objetivo de todo o trabalho desenvolvido de digitalização na gestão de ativos físicos, segundo Salgueiro, para "tornar eficaz a gestão ambiental nas empresas, reduzindo fortemente a pegada carbónica". A sustentabilidade é o foco atual da NextBITT que, com essa aposta, pretende tornar-se numa referência internacional em cinco anos.
A sustentabilidade é "uma grande aposta", pelo que através de dos critérios de gestão environmental, social, e governance (ESG), o gestor da tecnológica portuguesa quer "oferecer uma solução segura, eficaz e fácil de utilizar, num mercado cada vez mais competitivo".
"Até aqui o estágio do património não teve o devido relevo nas organizações. Agora, temos a tecnologia. E por que é que interessa inventariar os edifícios? Para se saber exatamente o valor do seu edifício. É que na venda do ativo uma das análises feitas é o tipo de intervenção que os edifícios tiveram. Há que saber quem está lá dentro, no que se gasta, onde e quando. Depois, temos a capacidade de integrar tudo numa única plataforma. Estamos a falar de algo que hoje permite saber tudo o que se passa num edifício ou armazém, devido à acentuada digitalização das organizações, o que permite ter um histórico fidedigno, atualizado ao dia. Há uma plataforma que reúne toda a informação da organização, cujos resultados ajuda a tomar decisões para atuar ou não atuar", explica o gestor da NextBITT.
A operação da Nextbitt tem sido positivo, de acordo com Miguel Salgueiro, sendo que os anos da pandemia geraram mais oportunidades, devido à crescente digitalização das organizações, o que acabou por acelerar o negócio. "Crescemos mais de 50% em 2020 e em 2021", nota, salientando que registaram "sempre EBITDA [lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações] a dois dígitos". "O negócio paga-se a si próprio", afiança o gestor.
No último ano, o volume de negócios atingiu os três milhões de euros, um crescimento homólogo de 60%. O que comprova que a Nextbitt "mais do que duplicou a sua faturação em tempos de covid", segundo o founder partner. A que se deve esse desempenho? "À solidificação dos projetos", responde Miguel Salgueiro.
"O crescimento tem passado pela consolidação das áreas de negócio existentes e pelo reforçada presença internacional", acrescenta ainda o gestor, evidenciando que alterações no "mindset [mentalidade]" das empresas tem ajudado. Mudou não só pelas necessidades de digitalização, mas também por maiores apostas na sustentabilidade. E é aí que entram os planos de Miguel Salgueiro para os próximos anos.
"Não é fácil fazer antevisões", refere, lembrando que o impacto da guerra na Ucrânia torna ainda mais complexas quaisquer estimativas. Mesmo assim, revela que a empresa, "numa ótica conservadora", tinha em fevereiro antecipado um crescimento de 30% na faturação para 2022.
A médio prazo as perspetivas são mais alargadas, com o gestor a apostar num "crescimento bastante superior a 50% nos próximos cinco anos", tendo por base a "confiança de players que viram na Nextbitt uma mais-valia".
Segundo Miguel Salgueiro, essa confiança saiu reforçada com a aposta da tecnológica no pilar da sustentabilidade. "Aposta no ESG permite-nos ambicionar sermos uma grande referência internacional", afirma, indicando que já nos "próximos dois meses" surgirão novidades.
O crescimento relatado "tem passado pela consolidação das áreas de negócio existentes e pelo reforço da presença internacional. Aliás, com maior aposta na sustentabilidade, a Nextbitt tem na internacionalização "a prioridade principal". A aposta na internacionalização, assenta no desenvolvimento de projetos em Espanha, EUA, Angola, Africa do Sul e Brasil, de acordo com o gestor.
Mas essa ambição não passará por abrir escritórios noutras geografias. A operação é global desde o início, com a empresa a fornecer serviços para "qualquer geografia" a partir de Portugal. Ou seja, a aposta na internacionalização passa por ganhar projetos noutros mercados. O gestor garante que a tecnológica já desenvolveu mais de 40 projetos, quer a nível nacional como internacional. Agora, o propósito é angariar mais.
Criada em 2015, a Nextbitt é hoje também parceira de referência da Microsoft e da Altice. Atualmente, a tecnológica portuguesa conta com 40 trabalhadores, estimando superar o patamar dos 50 quadros até ao final de 2022.
Fonte: Dinheiro Vivo
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