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O impacto das alterações climáticas nunca foi tão evidente. O ano de 2023 destacou-se como o mais quente da história, intensificando os alertas globais sobre a necessidade de ação climática. Paralelamente, o mundo empresarial enfrenta uma pressão crescente para adotar práticas mais sustentáveis, não apenas por motivos éticos, mas também como resposta a mudanças regulatórias, expectativas dos consumidores e exigências dos investidores.
No entanto, o progresso global na descarbonização empresarial tem vindo a desacelerar. Um estudo recente da Boston Consulting Group (BCG) revela uma tendência preocupante: menos empresas estão a reportar emissões, a estabelecer metas claras e a atingir os seus objetivos. Por outro lado, aquelas que investem na descarbonização relatam benefícios financeiros significativos, superando os 200 milhões de dólares anuais, em média.
A questão central é clara: como é que estas empresas conseguem aliar a sustentabilidade à rentabilidade? Este artigo explora as razões por detrás do sucesso de organizações líderes e apresenta estratégias concretas que outras empresas podem adotar para alcançar resultados semelhantes.
De acordo com o relatório Boosting Your Bottom Line Through Decarbonization, elaborado pela BCG em parceria com a CO2AI, o progresso na descarbonização empresarial tem sofrido retrocessos. Este estudo, baseado em respostas de 1.864 empresas de 16 setores responsáveis por 45% das emissões globais, apresenta os seguintes resultados:
Estas estatísticas refletem desafios concretos enfrentados por muitas organizações, como:
Apesar deste cenário, há um grupo crescente de empresas a liderar a transição. Estas organizações mostram que descarbonizar não só é possível, como também altamente rentável.
Nas palavras de Manuel Luiz, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa em entrevista à Greensavers:
"Apesar da crescente relevância da sustentabilidade no mundo corporativo e das potenciais vantagens financeiras que a redução de emissões pode trazer, ainda poucas organizações estão a aproveitar estas oportunidades. O atual contexto de mercado tem levado a um retrocesso no processo de descarbonização das empresas a nível global, levantando alguns sinais de alerta, mas também oportunidades de melhoria. (...) A adoção de práticas como a definição de objetivos, medição e comunicação de emissões, bem como a definição de planos de transição climática, irão permitir que as empresas se tornem mais eficientes, rentáveis e competitivas, demonstrando ao mesmo tempo um compromisso sólido com um futuro mais sustentável."
Esta perspetiva destaca não só os desafios, mas também os ganhos potenciais para as organizações que liderarem a transição climática. Empresas que definem metas claras, medem emissões de forma abrangente e comunicam os seus esforços, conseguem equilibrar eficiência operacional, crescimento financeiro e vantagem competitiva.
As empresas líderes na descarbonização destacam-se pela capacidade de transformar a sustentabilidade em resultados financeiros e reputacionais concretos. Os benefícios podem ser divididos em dois grandes grupos:
1. Benefícios Tangíveis
2. Benefícios Intangíveis
Além disso, o estudo destaca que mais de 50% das empresas acreditam ser possível descarbonizar entre 10% a 40% das suas emissões com poupanças líquidas. Trata-se, portanto, de uma estratégia que pode trazer ganhos económicos diretos e substanciais.
Estes dados reforçam que a descarbonização não é apenas uma responsabilidade corporativa, mas também uma oportunidade de negócio.
A pressão para adotar práticas mais sustentáveis vem de várias frentes: Governos a impor regulamentações mais rígidas, consumidores a exigir produtos e serviços verdes e investidores a priorizar negócios com critérios ESG (Environmental, Social, and Governance). Além disso, os custos associados às alterações climáticas – como danos infraestruturais, aumento dos custos operacionais e volatilidade dos preços da energia – colocam ainda mais pressão sobre as empresas para agirem.
Mas há outro lado nesta moeda. A descarbonização tem-se revelado uma oportunidade de negócio altamente rentável. Dados do mesmo estudo reveam que 75% das iniciativas de descarbonização empresariais geram valor económico positivo, muitas vezes em menos de três anos. Como é que a descarbonização pode gerar valor económico?
Entre os dados da BCG, observa-se que as empresas líderes reportam, em média, ganhos de 200 milhões de dólares anuais, evidenciando que a descarbonização pode ser um catalisador de transformação positiva.
Para que as empresas possam aproveitar benefícios mencionados acima, é crucial adotar uma abordagem estratégica, baseada em ações concretas.
Principais recomendações:
1. Medição Abrangente da Pegada de Carbono
O primeiro passo para reduzir emissões é entender a sua origem. Ferramentas de medição, como as oferecidas pela Nextbitt, permitem às empresas identificar fontes de emissões em toda a cadeia de valor, incluindo âmbitos 1 (operações diretas), 2 (energia adquirida) e 3 (emissões indiretas).
2. Investimento em Eficiência Energética
Melhorar a eficiência energética é uma das formas mais rápidas e eficazes de reduzir custos e emissões. Alguns exemplos incluem:
3. Adoção de Energias Renováveis
Integrar fontes de energias renováveis, como solar e eólica, nas operações empresariais reduz não só a pegada de carbono como também protege contra a volatilidade dos preços de combustíveis fósseis.
4. Colaboração com Fornecedores
As emissões da cadeia de abastecimento representam frequentemente a maior parte da pegada de carbono de uma empresa. Estabelecer parcerias com fornecedores para melhorar práticas ambientais é essencial.
5. Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis
Inovar no portfólio de produtos e serviços, criando soluções com menor impacto ambiental, pode não só atrair novos clientes como aumentar margens de lucro. De acordo com a BCG, produtos sustentáveis apresentam, em média, margens 20% superiores.
6. Uso de Inteligência Artificial (IA)
A IA permite automatizar processos como a medição de emissões, análise de dados e previsão de impacto. Empresas que utilizam IA têm 4,5 vezes mais probabilidade de experienciar benefícios significativos.
7. Planos de Transição Climática
Organizações que implementam planos climáticos robustos têm 2,9 vezes mais probabilidade de lucrar com a descarbonização e 3,3 vezes mais chances de atingir metas globais de redução de emissões.
1. Adote a Medição Abrangente: Meça as emissões em toda a cadeia de valor.
2. Invista em Tecnologia: Utilize IA e ferramentas digitais para automatizar processos.
3. Colabore com Fornecedores: Envolva os parceiros na redução de emissões.
4. Inove no Portfólio: Desenvolva produtos com menor impacto ambiental.
5. Implemente um Plano Climático: Defina uma estratégia clara com metas concretas e ações específicas.
Apesar do abrandamento global, empresas líderes estão a provar que a descarbonização pode ser um motor de crescimento financeiro e inovação. Combinando ações fundamentais e tecnologias avançadas, estas organizações estão a posicionar-se para liderar mercados cada vez mais exigentes em sustentabilidade.
A Nextbitt, com a sua expertise em gestão sustentável de ativos, está preparada para apoiar empresas nesta transição. Com as nossas ferramentas tecnológicas, ajudamos as organizações a medir, otimizar e reduzir as suas emissões de forma precisa e eficaz, assegurando não só conformidade regulatória, mas também benefícios financeiros e reputacionais significativos.
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