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A maioria das empresas não sabe qual é a eficiência energética dos seus edifícios. Em alguns casos, nem sequer sabem quantos activos têm. E é precisamente aqui que entra a Nextbitt. A empresa disponibiliza uma plataforma que, em tempo real, lhe dá toda a informação necessária sobre o seu edifício. Desta forma, é possível tomar as medidas necessárias para atingir os objectivos de sustentabilidade. A Prio é um dos seus clientes.

Com a sustentabilidade cada vez mais presente no quotidiano empresarial, a gestão dos activos físicos - dado o seu peso no consumo energético e as metas estabelecidas pela Comissão Europeia - começa (finalmente) a ser encarada com maior rigor. Rigor ao nível de uma gestão centralizada e integrada, capaz de fornecer os dados necessários para saber exatamente qual a pegada ecológica de cada edifício. Esta é a promessa da Nextbitt.

O Diário de Notícias falou com um dos seus fundadores e sócio, Miguel Salgueiro, que não só explicou a ideia por detrás da plataforma e como esta facilita e potencia a sustentabilidade, como também revelou a saúde financeira da empresa e os planos para o futuro. Estes planos incluem a aquisição de mais recursos humanos e a internacionalização (que dentro de cinco anos representará mais de 50% da faturação).

Pelo caminho, Miguel Salgueiro revelou que, em 2020, a empresa gere mais de um milhão de euros em activos e que o próximo passo, em termos de inovação, passa por definir a pegada de carbono de cada pessoa. E nada melhor do que ter a "versão" dos clientes, neste caso da Prio, nas palavras de Tiago Cachim, Diretor de Sistemas de Informação & Tecnologia da Prio Energy.

Gestão e otimização de activos físicos. Como é que as empresas beneficiam de ter uma solução como esta?

Miguel Salgueiro: Cada vez mais, a gestão e otimização dos activos físicos revela-se fundamental para as organizações no ecossistema atual. Numa primeira fase, permite-lhes ter um cadastro permanentemente atualizado, com o objetivo de gerir o seu ciclo de vida útil, permitindo às organizações ter uma visão integrada do mesmo, actuando sempre que possível com base em dados gerados por alarmes de diferentes tipos de sensores. A equipa da Nextbitt tem desenvolvido diversos projectos com o objetivo de controlar os equipamentos e instalações dos nossos clientes, quer estejam geograficamente dispersos ou reunidos na mesma instalação. Neste sentido, a nossa solução tira partido das mais recentes tecnologias como o NFC ou a geo-referenciação para garantir a total rastreabilidade dos activos físicos de uma organização ao longo do seu ciclo de vida. Tanto em termos de controlo de custos como na vertente operacional da disponibilidade e funcionamento de cada equipamento. Os nossos clientes passam a ter uma visão integrada de todas as intervenções em todos os seus activos, espalhados pelo território nacional e internacional. Neste tipo de projeto, a nossa plataforma gere todas as inspecções periódicas, certificações, reparações e modificações de infra-estruturas. Por outro lado, o desaparecimento, o roubo e a danificação de activos físicos são, desde há muitos anos, uma despesa importante para as organizações. Neste sentido, ao implementar uma plataforma que permite a gestão e controlo em tempo real destes activos físicos, os custos alocados a estas despesas serão direcionados para necessidades mais relevantes para o desenvolvimento do negócio.

O que distingue a Nextbitt?

M. S.: A tecnologia Nextbitt é uma plataforma abrangente na gestão dos activos das organizações, desde o cadastro à gestão da manutenção, instalações, auditorias, IoT [Internet of Things] até à componente de sustentabilidade, com o SGA Sistema de Gestão Ambiental e o SGA Sistema de Gestão Energética. Em muitos casos, a tecnologia é a base dos centros de comando operacional das organizações, pois é uma plataforma que, para além da sua abrangência e complementaridade, integra tanto os diferentes ERPs como os diferentes hardwares, desde GTCs, carregadores eléctricos, quadros eléctricos, etc. Desta forma, o utilizador final apenas necessita de utilizar a plataforma Nextbitt para gerir os seus activos, sem ter de utilizar qualquer outra solução, dispondo assim de dados ou indicadores em tempo real.

Qual é a ligação entre a gestão de activos físicos e a sustentabilidade?

M. S.: A sustentabilidade, o novo digital das organizações, tem vindo a criar uma forte dinâmica e uma cultura cada vez mais ambiental em toda uma nova estratégia das diferentes indústrias, assente em ESG - Environmental, Social and Governance. Neste sentido, ao incluir uma plataforma que gere e optimiza os seus activos físicos, uma organização pode manter um registo permanente de todos os seus activos, bem como gerir o ciclo de vida útil de cada ativo físico. No entanto, com a plataforma Nextbitt, para além da gestão e otimização dos activos físicos, uma organização pode reunir os módulos de Sistema de Gestão Ambiental e Sistema de Gestão de Energia, o que simplifica o cumprimento ambiental e o reporting de sustentabilidade numa visão top-down, desde os departamentos às infra-estruturas e aos activos físicos, numa única aplicação. Esta solução garante a gestão do cálculo da pegada de carbono, com base em toda a informação de gestão dos activos físicos: métricas de qualidade de energia, água, gás, combustíveis fósseis e rastreio de resíduos perigosos produzidos, bem como o ambiente interior dos edifícios. Para além disso, permite ainda às organizações a visualização dos consumos em tempo real, de forma simples e a baixo custo, o que não era possível anteriormente.

A Nextbitt dirige-se especificamente a algum sector de mercado? Qual e porquê?

M. S: A tecnologia da Nextbitt é uma plataforma transversal de gestão de activos físicos. Neste sentido, operamos em diferentes sectores, como a energia, a banca e o retalho especializado, o sector dos transportes, a indústria metalomecânica, a saúde e os estádios ou salas de espetáculo.

Quais são as perspectivas para este ano?

M. S: Para os últimos seis meses de 2022, em termos de recursos humanos, pretendemos aumentar a nossa equipa em mais 30 talentos para diferentes áreas de atividade. Software tester, net fullstack developer, BI, Engenharia do Ambiente, marketing digital, são alguns dos perfis que a empresa ainda procura recrutar. Em termos de faturação, pretendemos atingir um aumento de 30% no volume de negócios e dez a 15 novos clientes em Portugal. Uma vez que operamos sobretudo no espaço das grandes organizações, o crescimento de projectos com este tipo de clientes não deve ser visto de forma isolada, pois para nós significa novos pontos de faturação, e aqui, só nos primeiros seis meses de 2022, já crescemos 35%.

Que impacto teve a pandemia na transição digital das empresas portuguesas?

M. S.: A pandemia acelerou abruptamente a aposta na digitalização das empresas nacionais, obrigando-as a tornarem-se mais ágeis e digitais, sob pena de correrem o risco de serem ultrapassadas pela concorrência. Neste sentido, pelo que temos visto do mercado, a gestão de activos físicos é uma preocupação crescente para as empresas nacionais e transversal à digitalização das diferentes indústrias, na medida em que é vista como uma "parte" integrante da cadeia de valor da atividade laboral diária de qualquer organização.

Qual foi o volume de negócios da empresa em 2021? Tem-se registado uma tendência positiva? Quanto é que espera faturar este ano?

M. S.: No seu balanço de 2021, a Nextbitt registou o seu melhor ano de sempre em termos de volume de negócios, com um valor de três milhões de euros, permitindo assim registar o seu recorde de volume de negócios. Este resultado representa um crescimento de 60%, o que comprova a consistência e qualidade percecionada dos produtos e serviços da organização, bem como a assertividade e relevância da sua oferta e a aposta no capital humano como pilar fundamental do desenvolvimento da empresa. Como já foi referido, até 2022 pretendemos atingir um crescimento de 30% no volume de negócios e dez a 15 novos clientes em Portugal, numa forte aposta na sustentabilidade.

Qual é o valor do mercado externo? É uma área onde pretendem crescer? Quanto e para que mercados?

M. S: A aposta na internacionalização representa 12% do volume de negócios global no último ano e assenta no desenvolvimento de projectos em Espanha, Estados Unidos, Angola, África do Sul e Brasil. No entanto, tendo em conta a ronda de investimento de cinco milhões de euros do fundo Explorer Investments, a Nextbitt pretende acelerar o seu crescimento internacional, com o objetivo de estar presente em quatro ou cinco geografias europeias. Espanha será claramente uma delas; as outras geografias estão ainda a ser estudadas. Dado o crescimento registado até à data, manter este ritmo significa alargar a presença da Nextbitt a novos mercados, sem nunca descurar a base nacional de operações.

Quais são as perspetivas de vendas para o final de 2022?

M. S.: Continuar a crescer a um ritmo sustentado de dois dígitos.

Qual é a relação com a Prio? Em que consiste a parceria e que resultados foram alcançados? É um projeto replicável?

Tiago Cachim: A relação com a Nextbitt tem sido, e continua a ser

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