Parceria Nextbitt com a Explorer Investments

A Nextbitt quer ser uma referência internacional. Quem o diz é um dos fundadores, Miguel Salgueiro. Assume que a fusão com o fundo Explorer Investments vai acelerar este objetivo.

Como está estruturado o negócio da Nextbitt?

A Nextbitt é uma empresa tecnológica 100% portuguesa que oferece uma solução inovadora para a gestão e otimização de activos físicos, edifícios e serviços essenciais ao negócio de todas as organizações. A sua carteira de clientes inclui players líderes em sectores tão diversos como a banca, utilities, transportes, saúde, indústria e arenas.

Que tipo de activos são geridos pela empresa?

A tecnologia da Nextbitt é única, focada em Asset & Facility Management, IoT, Field Service & Sustainability. Hoje, em paralelo com a adoção da tecnologia NextBITT pelos nossos clientes, a nossa oferta diferenciadora numa lógica de serviço apresenta mais duas grandes áreas de negócio: o inventário e registo de todos os activos físicos e o serviço de sensorização de edifícios. Esta informação está agora centralizada numa única plataforma, que ao mesmo tempo integra e monitoriza todo o tipo de pedidos de equipamentos ou alarmes. A Nextbitt tornou-se uma referência.

A empresa acaba de assinar um contrato de cinco milhões de euros com um fundo gerido pela Explorer Investments. Que argumentos justificam este contrato?

O principal objetivo é tornar a empresa tecnológica numa referência internacional, algo que esta fusão com o fundo Explorer Investments vai acelerar. A par da internacionalização, o crescimento e a inovação da empresa também vão evoluir. Vamos também contratar 60 pessoas nos próximos 12 meses. Esta parceria torna a Nextbitt mais robusta, permitindo uma maior aposta no crescimento acelerado em diferentes geografias. O acordo alcançado tem como objetivo uma aposta clara na tecnologia para a sustentabilidade.

Nesta aceleração de crescimento, em que países é que a Nextbitt pode apostar?

Nos primeiros cinco anos, o nosso objetivo é estarmos presentes em quatro ou cinco geografias na comunidade europeia. Espanha será claramente uma delas, mas estamos a olhar para outras geografias. Esta estratégia baseia-se, em parte, no facto de se ter tornado obrigatório para as empresas dos estados-membros apresentarem dados sobre sustentabilidade, nomeadamente ao nível do seu sistema de gestão ambiental e do seu sistema de gestão energética.

Em termos de gestão, vão manter-se autónomos ou a Explorer Investments vai assumir a gestão?

A operação entre a Nextbitt e a Explorer Investments não retirará a autonomia na gestão do negócio aos sócios fundadores da empresa tecnológica - eu, o Pedro Morais e o André Calixto - que manterão as mesmas funções e a maioria do capital.

Em quanto está atualmente avaliada a carteira de activos da tecnológica?

Hoje, o que podemos partilhar é que a tecnologia da NextBITT apoia os seus clientes na gestão de mais de 1 bilião de activos físicos. Apesar de sermos transversais a qualquer área e sector, os principais mercados em que actuamos são a banca e o retalho especializado, o sector dos transportes, a indústria, a saúde e as arenas. A plataforma é única para todos os sectores, e já trabalhámos com a Leroy Merlin, CUF, Altice, Sonae MC, Vodafone, Worten, entre outros.

A gestão de activos externos é um custo que as empresas estão dispostas a pagar, ou é um item que, em tempos de crise, acabam por prescindir?

Há vários anos que o desaparecimento, roubo e danificação de activos físicos é uma das principais despesas de negócio das organizações. Neste sentido, ao implementar uma plataforma que nos permite gerir e controlar estes activos físicos em tempo real, os custos alocados a estas despesas serão direcionados para necessidades mais relevantes para o desenvolvimento do negócio. Por outro lado, a pandemia veio acelerar abruptamente a aposta na digitalização das empresas nacionais, obrigando-as a tornarem-se mais digitais, sob pena de correrem o risco de serem ultrapassadas pelos seus concorrentes. Assim, pelo que temos visto do mercado, esta é uma preocupação crescente das empresas nacionais e transversal na digitalização das diferentes indústrias, na medida em que as empresas portuguesas hoje já vêem a gestão dos activos físicos como uma "parte" importante da cadeia de valor da sua atividade diária.

A adoção das melhores práticas de sustentabilidade já faz parte do quotidiano das empresas. Como é que a atividade da Nextbitt contribui para o cumprimento das melhores práticas ambientais?

A sustentabilidade, a nova digital das organizações, tem vindo a criar uma forte dinâmica, uma cultura cada vez mais ambiental, toda uma nova estratégia em diferentes indústrias, assente no ESG - Environmental, Social and Governance. Neste sentido, ao incluir uma plataforma que gere e otimiza os seus ativos físicos, uma organização pode manter um registo permanente de todos os seus ativos, bem como gerir o ciclo de vida útil de cada ativo físico. No entanto, com a Plataforma NextBITT, para além da gestão e otimização dos activos físicos, uma organização pode reunir os módulos de Sistema de Gestão Ambiental e Sistema de Gestão de Energia, o que simplifica o cumprimento ambiental e o reporte de sustentabilidade numa visão Top-Down, desde os departamentos às infra-estruturas e aos activos físicos, numa única aplicação. Esta solução garante a gestão do cálculo da pegada de carbono, com base em toda a informação de gestão dos activos físicos: métricas de qualidade de energia, água, gás, combustíveis fósseis e rastreio de resíduos perigosos produzidos, bem como o ambiente interior dos edifícios, permitindo ainda às organizações a visualização dos consumos em tempo real, de uma forma simples e a baixo custo, o que não era possível no passado.

A Nextbitt sentiu o impacto da pandemia, uma vez que algumas empresas adoptaram o teletrabalho em confinamento?

No que diz respeito à Nextbitt, mais do que duplicámos o crescimento da empresa. Foram dois anos de grande consolidação da nossa atividade. Houve uma clara aceleração das empresas na digitalização dos seus activos. Parece-nos que, em determinadas áreas das organizações, o teletrabalho veio para ficar.

Como evoluíram os primeiros meses de 2022 em termos de indicadores financeiros?

Nos primeiros cinco meses de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, o crescimento manteve-se nos dois dígitos e o nível de recorrência cresceu na mesma proporção. O objetivo da Nextbitt para 2022 é crescer o seu volume de negócios em cerca de 30%, e estimamos que o número de clientes em Portugal cresça em dez a 15 novos clientes. De notar que, dado que operamos sobretudo no mercado empresarial, o crescimento de projectos com este tipo de clientes não deve ser visto isoladamente, pois para nós significa novos pontos de faturação, e aqui, só nos primeiros cinco meses de 2022, já crescemos 35%. Agora, ainda existem factores globais de incerteza, como a Covid e a guerra, que não estamos a ter em conta para este crescimento neste momento.

Em termos de recursos humanos, a política é de retenção de talentos...

Pretendemos aumentar a nossa equipa em diferentes áreas. Software Tester, Net Fullstack Developer, BI, Engenharia do Ambiente, são alguns dos perfis que a empresa ainda está à procura de recrutar. No entanto, a Nextbitt tem um enorme foco na retenção dos melhores talentos num mercado de pleno emprego, daí a aposta numa cultura orientada para as pessoas, promovendo a proximidade, e fomentando o conhecimento e o desenvolvimento das suas competências únicas.

Fonte:Forbes Portugal

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