De acordo com Miguel Salgueiro, Sócio Fundador daNextBITT, as empresas portuguesas encaram hojea gestão de ativos físicos como uma parte importante da cadeia de valor da sua atividade diária. Fundada em 2015, a software house portuguesa atingiu um crescimento de dois dígitos em 2020 e 2021, especializando-se no apoio à gestão do ciclo de vida dos ativos das organizações e com projetos com organizações como aLeroy Merlin, Via Outlets e MC, entre outras. Para o futuro, refere, o foco mantém-se em continuar a estar na vanguarda da tecnologia associada à gestão e otimização dos ativos físicos das organizações e, sobretudo, dos sistemas de gestão ambiental.
FMCG - Em 2021, a NextBITT atingiu um volume de negócios de três milhões de euros, o que representa um crescimento a dois dígitos (60%), em contraciclo com a economia. Como é que explica estes resultados?
Miguel Salgueiro - Estes resultados explicam-se pela consistência e solidificação dos projectos e serviços prestados pela NextBITT, bem como pela assertividade e relevância da nossa oferta, a par da aposta no capital humano e na progressão interna de carreiras, como pilares fundamentais no desenvolvimento da empresa.
Este crescimento é também sustentado pela consolidação da oferta tecnológica integrada da NextBITT, assente em cinco áreas distintas -Asset Management, Facility Management, Field Service, Internet of Things & Sustainability - mas que convergem entre si, permitindo indicadores de gestão num único dashboard, alimentados de forma automática, que auxiliam a tomada de decisão com dados em tempo real e de forma mais rápida.
É importante referir que o facto de termos vindo a desenvolver cada vez mais projetos em grandes organizações (a NextBITT tem na sua carteira de clientes mais de 25% das empresas do PSI20, entre outras), que visam garantir a rastreabilidade completa dos ativos físicos ao longo do seu ciclo de vida útil, tem sido um acelerador muito importante e diferenciador ao longo do nosso crescimento.
GC - As empresas portuguesas estão mais preparadas para adotar tecnologia para a gestão e otimização dos activos físicos?
MS - A pandemia veio acelerar abruptamente a aposta na digitalização das empresas nacionais, obrigando-as a tornarem-se mais digitais, sob pena de correrem o risco de serem ultrapassadas pelos seus concorrentes.
Assim, pelo que temos visto do mercado, esta é uma preocupação crescente das empresas nacionais e transversal na digitalização das diferentes indústrias, na medida em que as empresas portuguesas hoje já encaram a gestão de activos físicos como uma 'parte' importante da cadeia de valor da sua atividade diária.
GC - A aceleração da digitalização durante a pandemia trouxe alguma alteração na forma como as empresas gerem os seus activos?
MS - Claramente que sim. Esta realidade trouxe um maior enfoque, por exemplo, na manutenção dos edifícios, com especial incidência nos planos de manutenção preventiva, em detrimento dos planos reativos. Aqui, mudou claramente, aumentando assim o ciclo de vida útil dos activos físicos.
Esta situação, e o facto de a gestão ser feita remotamente, teve também impacto numa gestão de stocks mais controlada. Ou seja, com a adoção da tecnologia NextBITT, as empresas passaram a ter uma visão integrada da gestão de activos, obtendo assim ganhos operacionais muito significativos.
Sentimos também que as empresas estão a contratar cada vez mais serviços integrados, em vez do tradicional "homem-hora".
GC - Qual a mais-valia para as empresas de terem umasolução de gestão e otimização de activos físicos? O que é que a NextBITT oferece nesse sentido?
MS - Ao incluir umaplataforma que gere e optimiza os seus activos físicos, uma organização pode manter um registo permanente de todos os seus activos, bem como gerir o ciclo de vida útil de cada ativo físico. No entanto, com a plataforma NextBITT, para além da gestão e otimização dos activos físicos, uma organização pode reunir numa única aplicação o módulo de Sistema de Gestão Ambiental, que simplifica o cumprimento ambiental e o reporte de sustentabilidade numa visão "top down", desde os departamentos às infra-estruturas e aos activos físicos.
Esta solução garante a gestão do cálculo da pegada de carbono, com base em toda a informação de gestão dos activos físicos: métricas de qualidade de energia, água, gás, combustíveis fósseis e rastreio de resíduos perigosos produzidos, bem como o ambiente interior dos edifícios. Para além disso, permite ainda às organizações a visualização dos consumos em tempo real, de uma forma simples e a baixo custo, o que anteriormente não era possível.
GC - A sustentabilidade é uma componente importante da oferta da NextBITT?
MS - A NextBITT está claramente comprometida com a sustentabilidade para se tornar uma referência internacional dentro de cinco anos. Não há dúvida que a nossa oferta se tornou totalmente diferenciadora e disruptiva, ao nível da automatização do processo relativamente às componentes do Sistema de Gestão Ambiental e do Sistema de Gestão de Energia.
É de salientar que a nossa oferta de Gestão de Activos , baseada no registo de activos e na sensorização do edifício/indústria, permite-nos agora ter um elevado nível de especialização para alimentar o SGA e o SGE de forma totalmente automática, com base nos critérios da ISO 14001. Este compromisso decorre também da nossa experiência em projectos de sustentabilidade no sector financeiro, agora reforçada pela obrigação imposta pela comunidade europeia.
GC - Qual o ponto de situação de Portugal em termos de boas práticas de sustentabilidade empresarial? Tem ainda um longo caminho a percorrer?
MS - A sustentabilidade, a nova digital das organizações, tem vindo a criar uma forte dinâmica, uma cultura cada vez mais ambiental, toda uma nova estratégia nas diferentes indústrias, assente noESG - Environmental, Social and Governance.
Este novo paradigma para as empresas, ao abrigo da legislação publicada na União Europeia, sujeitas à obrigatoriedade de publicação de uma "declaração não financeira", com evidência dos dados do relatório de sustentabilidade, provenientes das ligações dos sensores à tecnologia NextBITT, proporciona uma maior consciencialização para as boas práticas empresariais orientadas para a utilização racional, eficiente e sustentável dos recursos, onde a implementação e manutenção doEnvMS - Sistema de Gestão Ambiental é crucial.
Neste sentido, acredito que Portugal tem fortes hipóteses de estar na vanguarda da Europa no que diz respeito às melhores práticas das organizações em termos de sustentabilidade nos próximos anos. Isto porque já existe um enorme número de empresas públicas e privadas, associações e consultoras muito focadas nesta temática, em que a tecnologia é o elemento chave na gestão da sustentabilidade.
GC - O retalho é um dos principais sectores em que a NextBITT desenvolve projectos de gestão e otimização de activos físicos. Como é que justificam esta aposta?
MS - Apesar de termos uma plataforma transversal a qualquer área, o retalho é um dos sectores onde a NextBITT desenvolve e já desenvolveu projectos com grandes organizações, focados na gestão e otimização dos seus activos físicos e na redução da sua pegada de carbono. A forte aposta neste sector justifica-se pela elevada pegada de carbono que estas organizações emitem e também pelo elevado número de activos físicos que têm de gerir ao longo do seu dia a dia.
GC - Que projectos já foram desenvolvidos pela NextBITT com organizações do sector do retalho?
MS - No sector do retalho, a NextBITT já desenvolveu projectos com várias organizações, nomeadamenteLeroy Merlin, Via Outlets, Sonae MC, Sonae Fashion, Worten, entre outras.
GC - Que balanço faz da parceria com a Microsoft, assente na Cloud Azure?
MS - O balanço é extremamente positivo. Dado que o nosso mercado é maioritariamente constituído por grandes empresas nacionais e multinacionais, todas as questões relacionadas com a cibersegurança e a garantia de disponibilidade são profunda e recorrentemente escrutinadas pelas equipas dos nossos clientes.
Neste sentido, a aposta naCloud Azure para disponibilizar a nossa plataforma ao mercado simplifica e agiliza todo este processo, uma vez que as garantias fornecidas pela Microsoft permitem-nos focar na nossa plataforma de Gestão de Activos , garantindo simultaneamente níveis deCompliance e de serviço extremamente elevados aos nossos clientes.
GC - Que expectativas tem a NextBITT até ao final de 2022? Quais são as apostas da empresa para este ano?
MS - Em 2022, a NextBITT está focada em continuar a inovar a sua oferta. O foco mantém-se na vanguarda da tecnologia, associada à gestão e otimização dos ativos físicos das organizações e aos sistemas de gestão ambiental (SGA) e sistemas de gestão de energia (SGE), pois este é um fator diferenciador para os nossos clientes, parceiros e concorrentes. Queremos continuar a oferecer uma solução segura, eficaz e fácil de utilizar num mercado cada vez mais competitivo.
Para além disso, sendo a NextBITT sempre uma empresa global, única e inovadora e parceira da Microsoft, pretendemos continuar a crescer a dois dígitos, com uma forte aposta na componente ambiental.
Fonte:Grande Consumo
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